destaque um tapa

Quem cai mais em golpes de pervertidos, crianças e jovens ingênuos ou crianças e jovens esclarecidos? A resposta a isso seria suficiente para dar um tapa na cara do falso moralismo.

Estamos falando em falso moralismo e não em falso moralista (vamos explicar mais adiante). Por isso, utilizamos a expressão tapa na cara, que pode ser interpretada, equivocadamente, como linguagem agressiva.

Um tapa na cara do falso moralismo

Mesmo adultos pouco esclarecidos tornam-se vulneráveis

Obviamente, essa expressão, tapa na cara do falso moralismo, já é mais do que conhecida. E significa, apenas, uma posição contrária a um estado de coisas que queremos, e precisamos, combater.

Porque o falso moralismo – estamos convencidos – é um comportamento dissimulado que é adotado, com muita frequência, exatamente por pervertidos, que se escondem atrás de uma máscara.

Ou é um comportamento equivocado, adotado por pessoas manipuladas, que caem na conversa de falsos religiosos e de falsos homens de bem, e acabam propagando a desinformação e a ignorância.

Uma história que é um tapa na cara

Uma história real

A história real é a de um menino que, quando tinha por volta de 11 anos de idade (se não nos falha a memória em relação à data exata), estava vestido com uma bermuda de malha, distraidamente encostado na parede, à espera do elevador.

Sua vestimenta de malha deixava evidente, apesar da pouca idade do menino, o volume entre as pernas. E dele se aproximou um homem que, disfarçadamente, encostou-se na parede, ao lado dele, para poder vigiar melhor se alguém os observava.

Repentinamente, esse homem indagou ao menino se ele estava duro, e pegou em seu pênis, simulando acariciá-lo.

O menino ficou literalmente gelado e, desistindo de subir de elevador, subiu as escadas correndo e tocou a campainha do apartamento onde morava com a família.

E o seu maior medo, obviamente, era descer novamente ao térreo e encontrar o tal sujeito. Por isso, levou algumas horas para se recuperar e voltar a descer para brincar com os amiguinhos, crianças iguais a ele.

Antes disso, poderia ter relatado o episódio ao pai, mas não teve coragem.

O pai, militar, conservador e de tendência repressiva, provavelmente teria um comportamento imprevisível. E poderia suspeitar até do próprio menino, atribuindo a ele um comportamento que, supostamente teria incentivado o tal homem a agir daquela forma.

E quem era esse homem? Um pervertido, obviamente, que ilustra muito bem situações em que se deve dar um tapa na cara do falso moralismo.

Podemos garantir, com a máxima segurança, que essa história é verdadeira.

E o motivo é muito simples: o menino era este que vos escreve, que teve uma experiência chocante diante de um pervertido, numa idade em que nem sequer conhecia o significado dessa palavra. E sem saber sequer que esse tipo de pessoa existe.    

Crianças sem entender o que é a realidade

Crianças muito ingênuas permanecem sem entender quem é ruim

Esse episódio aconteceu há quase seis décadas. E esse garoto (hoje, o adulto que vos fala) só não ficou abalado (ou até traumatizado) porque, embora tendo um pai repressor, foi premiado com a sorte de ter uma mãe esclarecida e aberta ao diálogo, que conversava sobre os mais diversos temas, de forma franca e sincera, esclarecendo-lhe todas as dúvidas e apreensões.

Nunca eu havia contado esse acontecimento a ninguém, nem mesmo às mulheres com quem convivi ou com quem ainda convivo intimamente.

Optamos por relatá-lo porque, embora tenhamos consciência de que um garoto de 11 anos, mesmo mais de seis décadas depois, ainda não possa entender de sexualidade, tem que estar preparado, ao menos, para saber como se proteger de pervertidos e – inclusive – denunciá-los a adultos que convivem com ele e que sejam (obviamente) de sua confiança.

Mas a questão não é só essa. Há cerca de seis décadas não havia internet, estávamos prestes a ser submetidos a uma ditadura repressora, os meios de comunicação eram reduzidos a veículos que passaram a tentar sobreviver sob censura, e as crianças eram muito menos espertas e – podemos até dizer – menos maduras do que são hoje.

Ainda assim, há, por exemplo, meninas que ainda hoje são abusadas dentro de casa, por confiarem em pais, tios e padrastos (e até em avós) criminosos, como tantos casos já relatados na Imprensa.

Todos esses pervertidos, invariavelmente, agem de forma criminosa, como se fossem exemplo de moral e de bons costumes, posam de cristãos e se dizem homens de bem.

E são os mesmos que rejeitam, ferozmente, educação sexual nas escolas. E que, quando se tornam políticos, por exemplo, sobem à tribuna para pregar moralidade e destilar ódio a transexuais e a homossexuais, pregando até a perseguição, a agressão e a morte dessas pessoas.

Não raramente, são a perfeita personificação daqueles a quem combatem. Apenas – como se costuma dizer – não têm coragem sequer de sair do armário.

Um tapa na cara de hipócritas e falsos moralistas

Um tapa na cara do falso moralismo persistente

Que o mundo está cheio de hipócritas, isso ninguém pode duvidar.

Certo dia fomos assistir, com um grupo de pais e seus respectivos filhos, a um filme a que uma criança pequena vem tendo acesso com facilidade.

O filme era, literalmente, carregado de cenas violentas. E, numa dessas cenas, os personagens simulavam – pasmem – uma tortura mal disfarçada por efeitos especiais, tão em voga nos dias atuais.

Eram bonecos ou personagens pretensamente fictícios, que se agrediam, que se perseguiam, que se maltratavam e que se feriam o tempo todo. E que, a pretexto de vinganças ferozes, praticavam essa tortura dissimulada. Ou, na realidade, mal dissimulada.

Ao sair do cinema, uma das mães me perguntou: “Gostou?” E eu respondi, prontamente: “Adorei…quando o filme terminou”.

Poucas semanas depois, assistimos a uma comédia que bem representava o comportamento de um menino ao ver um casal se beijando: “Credo, que nojo”.

Era um menino reagindo diante de um beijo, o mesmo que é levado a encarar, com naturalidade, cenas de violência e simulacros de torturas a cores e repletas de efeitos especiais, que as crianças adoram.

Falsos moralistas rejeitam educação sexual nas escolas

Cochichos não ensinam. E até confundem

Iniciamos este texto com a expressão tapa na cara do falso moralismo.

Os que não são hipócritas, entenderão que se trata, tão somente, de uma forma figurativa, amplamente usada, sem conotação de agressividade.

Já os falsos moralistas, que consideram imoral ensinar às crianças algo que já esteja ao alcance delas compreender, inclusive para se protegerem de canalhas, podem até se sentir ofendidos.

São os mesmos que consideram imoral a visão do seio de uma mulher, ou que confundem sensualidade com pornografia, e que preferem ensinar às crianças que violência é algo normal, enquanto amor e sexo é o que pode ser apontado como pecado.

Não se trata, aqui, de defender que se tire a inocência das crianças. Mas de educá-las, de forma criteriosa, para que essa inocência não lhes seja tirada de forma brutal e traumática, cujas marcas podem durar por toda a vida.

Sexualidade é algo natural. Sem sexualidade não há vida. Contrariamente, violência tende a eliminar a vida.

Mas a manipulação de consciências, por meio da hipocrisia e de dogmas religiosos, busca transformar sexualidade em pecado.

Há pouco tempo lemos uma notícia sobre um pastor que disse que, se Deus pudesse, mataria todos os LGBTQIA+.

A pregação do ódio leva à ignorância e, em consequência, à sua fiel companheira, a violência.

Leva também à rejeição da Ciência, da Psicologia e do conhecimento humano, desenvolvido ao longo de séculos.

Pessoas que sofrem em seus relacionamentos conjugais, por não conseguirem sentir prazer nas relações sexuais, são vítimas da falácia de que é pecado conhecer o próprio corpo.

Punição deseduca e traumatiza

Punição deseduca e traumatiza

Meninos e meninas são repreendidos, punidos e até espancados pelos pais por se masturbarem, uma prática natural no processo de desenvolvimento da sexualidade, quando as crianças descobrem  as chamadas zonas erógenas, ou seja: vivenciam o fenômeno natural, segundo o qual algumas partes do corpo humano são especialmente sensíveis ao prazer.

Vivemos num mundo em que os retrógrados, os falsos moralistas, os falsos religiosos, os canalhas de toda espécie, se proliferam, propagando o ódio e a violência.

E quando crianças inocentes, manipuladas ou influenciadas por essa fatídica pregação, cometem crimes, são trancafiadas como perigosos criminosos pelos mesmos que vivem apregoando a diminuição da maioridade penal, ao mesmo tempo em que desprezam o sistema educacional nas escolas públicas.

O mesmo desprezo e rejeição é direcionado à educação sexual, que, evidentemente, tem que ser ministrada por equipes devidamente preparadas, com o cuidado de não sexualizar prematuramente a infância, mas de resguardar as crianças de perigos reais, que não deixarão de existir em decorrência da ignorância e da desinformação.

Esconder a realidade é enganar as crianças

Camuflar a realidade pode significar distorcê-la

Jamais acreditamos no apregoado final dos tempos. Mas, pelos acontecimentos que se têm presenciado no dia a dia, essa parece ser uma previsão altamente plausível. A menos que, finalmente, a tal da Humanidade passe a honrar o nome e se torne, realmente, humana.

Quando esse dia chegar, as crianças deixarão de encarar o beijo como algo nojento e aprenderão que repulsiva é a violência e as torturas humanas em qualquer dimensão e situação.

Eu não poderia prever as cenas de violência presentes no filme que as crianças, em grande grupo, queriam assistir.

Assim como eu, elas assistiram a essas cenas. E teriam assistido se, por alguma circunstância, eu não pudesse estar presente.

Restou-me esclarecer, em franca conversa com meu filho (como é de costume) o verdadeiro sentido e significado daquilo que ele presenciou na tela do cinema.

E alertá-lo quanto aos riscos de uma sociedade violenta, que, infelizmente, circula nas ruas, como todos nós.

Quanto ao beijo entre pessoas que se amam, ele já conhece o significado, porque foi um dos temas das conversas que mantivemos, sempre, sobre fatos que não podemos esconder.

Ele sabe, também, qual é a diferença entre um beijo concedido mutuamente e um beijo arrancado mediante violência.

E sabe que, diante de realidades que não podemos excluir por vontade própria, ele tem o direito de receber o devido esclarecimento, quanto ao seu significado, sejam eles positivos ou negativos, perante o valor maior, que é a vida, sempre associada à felicidade que todos almejamos. Para nós mesmos e, especialmente, para as pessoas que amamos.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

Escritor (com 9 livros publicados), jornalista, empresário, professor universitário (durante 10 anos), empreendedor digital e youtuber. Os livros podem ser encontrados na livraria virtual Amazon e na Thesaurus Editora.

    0 Comentários

    Deixe aqui o seu recado

    Solicitar exportação de dados

    Use este formulário para solicitar uma cópia de seus dados neste site.

    Solicitar a remoção de dados

    Use este formulário para solicitar a remoção de seus dados neste site.

    Solicitar retificação de dados

    Use este formulário para solicitar a retificação de seus dados neste site. Aqui você pode corrigir ou atualizar seus dados, por exemplo.

    Solicitar cancelamento de inscrição

    Use este formulário para solicitar a cancelamento da inscrição do seu e-mail em nossas listas de e-mail.