Você já brigou com namorada ou namorado, ex-mulher ou ex-marido, amigo ou amiga, marido ou mulher?
Todo mundo vai dizer que sim. Porque dificilmente existe alguma relação humana durante a qual não tenha existido nenhum desentendimento.
Mas é preciso analisar a anatomia de uma briga para ver o que acontece.
Vamos começar pelo final: o perdão.
Porque tem briga que se perdoa, e tem aquela que não se quer perdoar.
Mas o pior não é isso. O pior é dizer que perdoou e atribuir toda culpa ao outro, muitas vezes com xingamentos e tentativas de humilhação.
Aí a pessoa começa a citar o que ela identifica em você um erro. E evidentemente você vai começar a apontar nela os erros dela.
E obviamente isso não termina nunca. Apenas se agrava.
E você, que servia pra tudo, que era consultado sobre tudo, vira um arrogante e um monstro ….
(Assista ao vídeo, se preferir, ou continue lendo logo a seguir)
É comum também a pessoa dizer que você se mete na vida dela. Mas ao mesmo tempo se meter na sua vida.
E quando você diz que essa pessoa também vive se metendo na sua vida, aí ela vai negar. Mesmo que tenha escrito. Mesmo que tenha gravado. Mesmo que tenha se metido na sua vida um milhão de vezes.
Por exemplo: a pessoa é metida a independente e você diz a ela que tudo na vida tem seu preço, inclusive a independência.
Minha mãe, por exemplo, disse muitas vezes uma sábia frase: o preço da liberdade é a eterna vigilância.
Liberdade relativa, é lógico, porque liberdade total não existe.
Falar que a liberdade também tem seu preço é uma frase óbvia demais, que serve para todo mundo, mas essa pessoa diz que você está se metendo na vida dela.
Mas vive dizendo na sua cara com quem você deve se casar, com as pessoas de que idade você deve transar, e se você é uma pessoa um pouco mais madura, vive determinando que você está muito velho ou muito velha para casar com o que ela ou ele chama de novinho ou de novinha.
Aí essa pessoa diz que não se mete na sua vida, e sim que você se mete na vida dela.
Porque toda briga tem demonstrações explícitas de cinismo.
E é isso o que, principalmente, torna as brigas sem solução: o cinismo.
E mesmo que você cite uma a uma as ocasiões em que essa pessoa se meteu na sua vida, ela vai negar mesmo assim porque a principal arma de quem não tem argumento, pra tentar irritar, é o cinismo.
E aí quando você usa também da sua verve para bancar o cínico essa pessoa diz palavrão, te xinga, faz ou manda gesto obsceno. E ainda diz que você é que é o grosso. E diz que ela é que é a pessoa mais “fina” do mundo.
É lógico que você também já falou palavrão e já xingou, ao longo de muitas brigas que aconteceram, porque ninguém é de ferro. Mas tem uma hora que você percebe que isso é de uma mediocridade extrema e evita a todo custo xingar.
Outro vício das brigas é falar e não escutar. E pior: com as desculpas mais esfarrapadas e cínicas, tipo: repetir exaustivamente o que já falou e acusar você de ser o repetitivo e dizer que por isso é que não ouve o que você diz ou não lê o que você escreve.
Essa pessoa fala em intervalos de um minuto, mil vezes. Ou seja, mil minutos.
E você fala em intervalos de 10 minutos, 30 vezes, ou seja, 300 minutos, e essa pessoa diz que é você que não para de falar.
Três coisas degradantes que fazem parte da anatomia de uma briga:
Tripudiar sobre raça;
Tripudiar sobre cor da pele;
Tripudiar sobre defeitos físicos;
Tripudiar sobre país de origem;
Tripudiar sobre aparência física;
Tripudiar sobre preferências sexuais;
Tripudiar sobre idade cronológica, hábito na verdade de pessoas de mente velha.
Mas quando você fala na parte moral, nas coisas que essa pessoa fez ou faz e que te afetaram ou que afetam outras pessoas, ela vai te xingar e dizer que você se mete na vida dela.
Mas existem coisas mais graves: quando você, já sem paciência devido às tentativas dessa pessoa de te humilhar, começa a citar uma a uma as imoralidades que essa pessoa cometeu, ela passa a dizer que você foi o culpado de tudo.
É a velha história: essa pessoa diz reconhecer os próprios erros dela, mas no minuto seguinte você passa a ser o culpado de tudo. Até das imoralidades que ela cometeu.
Nas brigas de casal, por exemplo, a maior dose de cinismo vem nesse item relacionamento.
Essa pessoa diz pra você, a pretexto de justificar todas as imoralidades que cometeu (e você me entende perfeitamente) que amor entre homem e mulher não existe, só entre pais e filhos. E diz isso com mil por cento de contradição, até xingando quando você contesta.
Mas aí passa a dizer que as relações que está tendo agora estão repletas de amor, não mais de interesse, como ela sempre confessou que era o que sempre tinha algum sentido para ela: interesse. Aí você pergunta que contradição é essa: não era só entre pais e filhos que existia amor? Mas é lógico que essa pessoa vai calar a boca nessa hora, porque nunca, jamais, em tempo algum, vai explicar uma contradição, que é outra das suas principais estratégias: dizer e no minuto seguinte essa própria pessoa se desmentir.
E ainda diz que ela é que é PHD em amor e que você é que não entende nada desse assunto.
Lembra que a gente falou no cinismo?
Pois é.
E aí tudo começa de novo.
Você virou um monstro. E a pessoa que discute com você é uma santinha.
E chama essa pessoa de cínica pra você ver!!! Ela vai procurar no dicionário até palavras que não conhece só pra te xingar de cima abaixo.
Então, gente, o amor é lindo. Mas nunca se relacione com alguém que não tem amor no coração, e que na verdade nem sabe o que é isso.
Porque sempre vai dar briga.
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