Casou com o celular e foi infeliz pelo resto da vidaVocê sabe para que que serve o celular?

Você vai responder que é para falar com as pessoas.

Mas o que você pode não ter percebido é que o celular está é separando cada vez mais as pessoas.

Inclusive os casais.

Como tudo que é novidade, isso já tem até um nome: phubbing.

Que seria a junção de phone, telefone, obviamente…

… com snubbing, que significa esnobando ou desprezando.

É isso mesmo: a mania de dar mais atenção ao celular do que à pessoa que está em sua companhia acaba criando um desses fenômenos do chamado mundo moderno, que vem se alastrando cada vez mais.

Os terapeutas conjugais já começaram a alertar para esse fato: a pessoa faz uma consulta para tentar salvar o relacionamento e nem se dá conta de que já perdeu o namorado ou a namorada.

São pessoas que estão na presença do seu par mas dão muito mais atenção ao smartphone.

A terapeuta conjugal e familiar Christine Wilke, da Pensilvânia, nos Estados Unidos, teria dado o alarme a partir de um episódio envolvendo uma cliente dela, que estava num restaurante com o namorado e que só notou que ele já tinha pago a conta e ido embora quando ela finalmente desgrudou os olhos do smartphone. E o namorado não voltou nunca mais para a vida dela.

Problemas têm aumentado

Mas é lógico que esse não foi o único caso. Pesquisas e estudos já foram feitos comprovando esses problemas de relacionamento em percentuais que variam de mais de 22 por cento a quase 37 por cento. E pelo jeito, ao menos em alguns países, já deve ter chegado a mais da metade.

São muitas pessoas que confirmam esses conflitos. E que se sentem inclusive deprimidas porque acham que seus companheiros ou companheiras dão muito mais atenção aos seus celulares do que ao parceiro ou parceira.

E esses terapeutas confirmam: esses casos aumentam cada vez mais nos relatos que são feitos nos consultórios.

“Parece que ele (ou ela) está tendo um caso com o celular”, se queixam os pacientes.

Você já viu o que acontece?

Mas nem é preciso ir a um consultório. Se você observar o que ocorre com frequência nos restaurantes de um shopping ou mesmo nas ruas, por exemplo, verá que muitas vezes as pessoas se sentam e cada uma delas puxa do bolso o celular, em vez de ficarem conversando umas com as outras.

Isto sem contar a sensação realmente broxante de você estar falando com alguém que simplesmente não está ouvindo nada do que você diz. E que pede a todo momento para você ficar repetindo o que estava tentando dizer.

Não só o celular, mas também as redes sociais têm contribuído para isolar as pessoas, que antes se visitavam com frequência. Foi-se o tempo em que os vizinhos sentavam-se na calçada para conversarem. Ou que se marcava um encontro entre amigos no final da tarde.

É lógico que isso ainda acontece de vez em quando, mas em muitos ambientes tem se tornado cada vez mais raro.

Sinal dos tempos?

Tá bem. Temos que concordar que não adianta ir contra a mudança de costumes. Mas o grave é quando ela provoca a desumanização das pessoas, com algumas se tornando cada vez mais frias e impessoais.

Os terapeutas já têm até alguns conselhos no caso dos celulares. Eles dizem que é perfeitamente aceitável fazer selfies em eventos sociais, por exemplo. Mas isso não significa que as fotos têm que ser postadas logo em seguida. Dê um tempo e publique depois que tudo já estiver mais calmo ou quando você chegar em casa.

Outro conselho é ficar sempre atento para ver se sua companhia está se sentindo incomodada quando você fica grudado ou grudada ao telefone o tempo todo.

E lembre-se: você pode levar o celular para a cama. Mas nunca vai conseguir fazer com ele, entre os lençóis, o que você faz com o seu amor na cama.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

Escritor (com 9 livros publicados), jornalista, empresário, professor universitário (durante 10 anos), empreendedor digital e youtuber. Os livros podem ser encontrados na livraria virtual Amazon e na Thesaurus Editora.

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