São muitos os problemas criados devido a tabus e mitos que impedem as relações humanas. Ou, no mínimo, dificultam. E não apenas entre casais, mas também com possíveis amizades.
Estamos nos referindo a todos os tipos de tabus e mitos, com destaque para a sexualidade, que está entre os temas do nosso site.
E é exatamente em relação à sexualidade que se encontram os tabus, mitos e preconceitos mais frequentes. Que acabam resultando em inimizades. Ou em coisa pior, como veremos adiante.
E todas as pessoas devem ficar atentas para conseguirem esclarecimentos sobre esse tema e se livrarem desses tabus e mitos.
Não é preciso se estressar, mas apenas ampliar o seu conhecimento sobre uma questão que tem a maior importância na vida de qualquer pessoa.
E, certamente, gera reflexos que, dependendo do impacto, resultam em influência nefasta sobre a felicidade e a autoestima.
Tabus e mitos que atravessam as gerações
A sexualidade é um dos aspectos mais complexos e fascinantes da experiência humana, mas também um dos mais carregados de tabus e mitos que atravessam culturas e gerações.
Esses tabus são frequentemente perpetuados por valores sociais, religiosos e culturais.
Esses valores moldam as percepções e atitudes em relação ao tema, muitas vezes de forma limitadora ou até prejudicial.
O resultado é uma barreira que impede a compreensão plena da sexualidade, contribuindo para a desinformação, a vergonha e a perpetuação de estigmas.
Refletir sobre esses tabus e mitos é essencial para promover uma visão mais aberta e bem informada, que respeite as diversidades e a individualidade das experiências humanas.
Muitos dos tabus relacionados à sexualidade têm origem em estruturas de poder e controle, que, ao longo da história, utilizaram narrativas específicas para regular comportamentos.
Um exemplo clássico é a repressão da sexualidade feminina que, em diversas culturas, foi vinculada a conceitos de pureza e honra.
Sentimentos moldados por tabus
Durante séculos, as mulheres foram ensinadas a reprimir seus desejos e a associar a sexualidade a sentimentos de culpa ou de pecado.
Enquanto isso, os homens, frequentemente, gozavam de maior liberdade, que começava dentro de casa.
As meninas eram educadas a serem recatadas e a não perder a honra, para se casarem virgens.
Oh homens eram incentivados a fazer conquistas, tornando-se – muitas vezes – predadores sexuais.
Aliás, é preciso aqui corrigir o tempo do verbo, porque eram, mas na verdade ainda são.
Pode parecer que isso mudou completamente. Mas o fato é que, ainda hoje, muitos homens carregam isso em sua personalidade.
Essa pode ser a origem não apenas do absurdo número de violência sexual (inclusive estupros), como do feminicídio.
Os machões agem como proprietários das mulheres, não admitindo rompimentos e praticando crimes.
O tabu secular do orgasmo feminino
Persiste, em pleno século XXI, uma cultura onde o prazer feminino é negligenciado, levando à perpetuação de mitos que reduzem a sexualidade feminina a algo secundário ou submisso.
Isso tem interferido inclusive na capacidade de a mulher atingir o orgasmo, um tema tabu até hoje.
O que é ainda mais incrível é que o orgasmo, um sinônimo de prazer, já era um tema abordado por Wilhelm Reich, psiquiatra, sexólogo, psicanalista, biólogo e físico austríaco-americano.
De ascendência judaica, Reich, que foi perseguido e preso por suas ideias, lançou seu livro A Função do Orgasmo em 1927.
Ele nasceu em 1897 e morreu em 1957. E já naquela época defendia ideias que ainda hoje permanecem como tabus na mente de muitas pessoas.
Nos anos 1920, Reich lançou o livro A Revolução Sexual, e certamente se revira no túmulo diante da certeza de que essa revolução até hoje não ocorreu de fato.
E não ocorreu, certamente, em relação a tabus e mitos sobre sexualidade, que persistem até hoje.
A heterossexualidade obrigatória
Outro tabu persistente é a dificuldade em abordar a sexualidade fora do modelo heteronormativo.
O termo se refere ao pensamento de que apenas os relacionamentos entre pessoas de sexos opostos, ou heterossexuais, são normais ou corretos.
Você acha que o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é estranho?
Tem o direito de achar, porque ninguém pode impedir ou bloquear um pensamento.
Assim como o pensamento de homossexuais é de que esse tipo de relação não é estranho. E lhes dá prazer. E permite que sintam o orgasmo.
A questão aqui não varia entre certo e errado, mas no conceito de individualidade, que precisa ser respeitado.
Por mais que lhe pareça estranho, isso não lhe dá o direito de invadir ou de interferir na individualidade de ninguém.
No entanto, repetimos, em pleno século XXI há países que condenam homossexuais à pena capital.
E também persistem os supostos machões que agridem ou matam homossexuais, como se isso (matar) não fosse um crime.
Identidades de gênero
Apesar de avanços nos debates sobre diversidade sexual, muitas pessoas ainda enfrentam preconceitos e discriminação por expressarem identidades de gênero ou orientações sexuais fora do padrão tradicional.
Esses preconceitos frequentemente são alimentados por mitos que ignoram a realidade das experiências LGBTQIA+, tratando-as como escolhas ou desvios, em vez de expressões da diversidade humana.
Esse tipo de visão limitada não apenas desinforma, mas também causa sofrimento e marginalização.
Além disso, os tabus em torno da sexualidade geram lacunas significativas na educação sexual.
Em muitos lugares, falar sobre sexo abertamente ainda é considerado inapropriado, especialmente com crianças e adolescentes.
Nesse contexto é que há uma posição, tantas vezes, contrária à educação sexual nas escolas, mesmo com mestres gabaritados para essa função.
Com isso, crianças e adolescentes acabam recorrendo a amigos despreparados e à internet, colhendo muitas vezes informações distorcidas ou incompletas.
Como consequência, a falta de informação ou distorção de informações abre espaço para mitos prejudiciais.
Sem uma educação sexual abrangente, os jovens crescem desinformados, vulneráveis a riscos à saúde e com uma visão distorcida sobre o que significa viver sua sexualidade de forma saudável e respeitosa.
Mitos e tabus também em relação à idade
A relação entre sexualidade e envelhecimento também é frequentemente cercada de mitos e tabus.
É comum encontrar a ideia de que o desejo sexual desaparece com a idade ou que a sexualidade não é mais relevante para pessoas idosas.
Esses estereótipos desconsideram o fato de que a sexualidade é uma parte inerente da condição humana, que pode se expressar de formas diferentes em cada fase da vida.
Ignorar a sexualidade na terceira idade é uma forma de influência nefasta, que pode invisibilizar as necessidades e desejos dessa faixa da população, privando-a de uma vivência plena e satisfatória.
Tabus e mitos que impedem as relações têm muitas origens
Os tabus não se limitam a questões culturais ou religiosas.
A mídia e a indústria do entretenimento muitas vezes também reforçam tabus e mitos.
Filmes, séries e peças publicitárias tendem a perpetuar padrões idealizados de beleza e desejo.
Assim procedendo, geram expectativas irreais sobre como os corpos devem ser ou como as relações sexuais devem ocorrer.
Isso contribui para a construção de mitos em torno do desempenho sexual, alimentando inseguranças e frustrações tanto em homens quanto em mulheres.
Em vez de valorizar a diversidade e a autenticidade, esses padrões promovem uma visão estreita e padronizada da sexualidade.
A desconstrução desses mitos e tabus exige coragem, diálogo e informação.
É preciso reconhecer que a sexualidade é uma dimensão natural e complexa da vida. Vergonha ou mistério não devem, portanto, cercar ou escravizar algo que é natural na vida.
Conversas francas e bem informadas são fundamentais para desmistificar crenças equivocadas.
Práticas sadias, no sentido de informar com clareza e correção, ajudam as pessoas a compreenderem melhor a si mesmas e aos outros.
Quando tabus são contestados e desmitificados, cria-se um espaço para que a sexualidade seja vivida de forma livre, respeitosa e prazerosa, sem as amarras das convenções ultrapassadas.
É um processo que beneficia não apenas os indivíduos, isoladamente, mas a sociedade de um modo geral, promovendo relações mais saudáveis, inclusivas e empáticas.
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