Há quem diga que é preciso saber a hora certa de dizer “eu te amo”. Há quem acredite que, quando se diz algo desse tipo, o relacionamento pode começar a sofrer algum risco. Quem acredita nesse risco está se baseando na tese de que, a partir dessa frase, o parceiro ou a parceira que se declara primeiro fica mais vulnerável. Isto porque quem se sente amado teria mais poder sobre o outro. Medir poder com base na expressão de um sentimento nobre pode ser decepcionante ou inaceitável, mas isso existe. Só que, por trás de todas essas questões, há muitos poréns… A frase foi dita com sinceridade? O relacionamento já está maduro? Há clareza quanto à diferença entre amor e paixão? E entre amor e tesão?
Embora seja um sentimento às vezes banalizado, o amor é algo muito complexo para se resumir a algumas divagações. Tornou-se comum nos dias de hoje aplicar um termo tão nobre até a coisas supérfluas: “Eu amo essa blusa”, “eu amo ir à praia”, “eu amo comprar sandálias”, “eu amo ir ao shopping”. Na verdade, estamos todos vivendo na era do supérfluo e do excessivo individualismo. É uma pena, porque lamentamos (com toda a razão) a banalização da violência. Mas banalizar o amor pode também não ser tão bom. Banalizar no sentido de não valorizá-lo, evidentemente. Porque não valorizar o amor significa, quase sempre, valorizar sentimentos que não são tão nobres.
Pensar positivo
Valorizar o amor significa pensar e agir com base em alguns pressupostos. Positividade é um deles. Ser positivo numa relação, ou seja, pensar positivo e agir positivo é uma dessas premissas básicas. E uma das fórmulas para conseguir isso é colocar-se no lugar do outro. Como eu me sentiria se ele (ou ela) fizesse isso comigo? É lógico que todo ser tem sua personalidade própria, mas isso funciona. Porque muitas vezes adotamos uma atitude e não dimensionamos, no momento, o seu peso sobre o outro. Acreditem: isso acontece muito mais do que se imagina.
Ser sincera (o) com você mesma (o) e com quem está com você é outra questão fundamental. Se não ama, nunca diga “eu te amo”. Se não quer amor, e sim aventura, deixe sempre isso claro, para não gerar falsas expectativas. Pode parecer piegas citar o Pequeno Príncipe, mas ele disse uma verdade: És responsável por aquilo que cativas. Declarar amor para ver depois decepção, sofrimento e angústia é um ato irresponsável. Porque amar também é uma atitude de responsabilidade, como tudo na vida. Além do mais, por sua complexidade, o amor pode não ser percebido em determinado momento, mas acabar surgindo com a convivência. De qualquer modo, sempre é melhor não declará-lo antes do tempo. Se quer amar, ame. Se quer viver uma aventura, viva. Não há nada de condenável nisso, desde que haja sinceridade. Diga “eu te amo” somente quando tiver certeza de que não é apenas uma aventura. Porque assim esse “jogo de poder” vai acabar não acontecendo. O que é melhor para ambos, num relacionamento a dois.
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