Amante ou cafajeste? Ou é tudo a mesma coisa?

Se você digitar o termo amante no Youtube vai encontrar mais de 4 milhões e meio de buscas, e se digitar Cafajeste vai encontrar pouco mais de 100 mil.

Mas será que não é a mesma coisa?

Outro fato curioso é que, ao digitar o termo amante, o que você mais encontra são mulheres se queixando da traição dos homens, embora as estatísticas e os levantamentos tanto de detetives particulares quanto de terapeutas psicológicos revelem que hoje a mulher está traindo quase que na mesma proporção que os homens. Alguns dizem até que as mulheres hoje traem mais do que os homens, apenas o que varia são as supostas justificativas.

Nos canais das chamadas músicas sertanejas e caipiras você encontra logo de cara a música Amante não tem lar, com mais de 100 milhões de visualizações da última vez que eu pesquisei.

Diz a letra da música: “Amante não tem lar, amante nunca vai casar”, o que obviamente remete a muitas questões.

A primeira delas: E amante, por acaso, está interessada ou interessado em casar?

Você pode saber a resposta ao continuar lendo ou então assistindo ao vídeo, o que achar melhor.

Outra questão óbvia: amante, tanto homem como mulher, pode já estar casado ou num relacionamento estável, até com comodidade, num lar sustentável, e aí vêm as justificativas em cada caso, quando a verdade é apenas uma: traição é sexo pelo sexo, entre pessoas que não querem compromisso, mas querem apenas servir de objeto que pode ser descartado. É usar e jogar fora. Os dois se merecem.

Nesse aspecto o nosso idioma Português revela a sua precisão: amante é termo genérico, serve tanto para homem como para mulher: a amante, o amante. São farinhas do mesmo saco.

Outra música que faz muito sucesso é 50 reais, com mais de 300 milhões de visualizações. Uma das cantoras que vai ao palco para a apresentação esbraveja: “Vamo se juntar contra esses homens safados”. Mas não falou nada contra as mulheres safadas. (risos)

Evidentemente a vida do amante, sendo homem, é muito cômoda: ele não vive as obrigações de um casamento, não cuida dos filhos e do orçamento familiar, não têm as preocupações nem o estresse do cotidiano de uma vida a dois. É apenas um vagabundo que se aproveita de uma vagabunda que lhe abre as pernas. E evidentemente uma vagabunda a mais, porque seria ironia (ou burrice) achar que amante pode ser fiel.

É muito fácil, dessa forma, ele ser gentil o tempo todo, já que não enfrenta o estresse e as obrigações do lar no dia a dia. É fácil também dar presentes, já que não têm que arcar com as despesas familiares. É fácil mentir, já que não tem compromisso com a verdade. É fácil trair, porque, se existe uma palavra que não está no dicionário de amantes, é fidelidade.

Ele fala o que ela quer ouvir e ela finge que acredita. Obviamente ele só tem elogios, porque o fundamental é que ele mexa com a vaidade dela. E o que tem que prevalecer, evidentemente, é o clima erótico, a lascívia, o sexo sem compromisso. Em resumo: ele se aproveita dela e ela dele.

É por isso que é inevitável compará-los com cafajestes. Cada um a seu modo, uma cafajestada total, dele e dela.

Existem por aí pretensos psicólogos e psicólogas que apregoam que a infidelidade pode ser encarada com naturalidade, porque já é um fato consumado, pela frequência com que ocorre. É a conclusão dos acéfalos, porque, por essa lógica, teremos que achar que estupro, roubo, assassinato, corrupção, devem ser encarados com naturalidade. Afinal de contas, não são também fatos que ocorrem com frequência?

A questão na verdade é bem fácil de ser resumida. Quem trai não tem vergonha na cara. E quem aceita traição também não tem, pela simples e cristalina realidade de que ninguém é obrigado a permanecer casado ou numa relação estável.

Se quer abrir as pernas para qualquer um ou apenas penetrar num buraco fácil de achar, basta ficar solteiro ou solteira.

Deixando de lado o aspecto moral e entrando no âmbito fundamentalmente psicológico e emocional, o fato é que a infidelidade magoa, destrói relacionamentos, afeta os filhos desse relacionamento e pode causar traumas sérios. E pode ser evitada, como já frisamos: basta optar pela vida sem compromisso. Nada de casamento, nada de relação estável. Se trepar é o objetivo da vida, a grande aspiração, o grande projeto, haverá sempre um pau ou um buraco disponível.

Quanto aos amantes e às amantes casadas, a grande questão, segundo diz a música, é saber se eles valem ao menos 50 reais.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

Escritor (com 9 livros publicados), jornalista, empresário, professor universitário (durante 10 anos), empreendedor digital e youtuber. Os livros podem ser encontrados na livraria virtual Amazon e na Thesaurus Editora.

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