
Muitas pessoas confundem liberdade com direito de trair. Por essa razão, o mais sensato é reconhecer que relacionamento aberto depende de acordo.
Muitos famosos têm admitido que vivem em relacionamento aberto.
Ou seja, ambos os parceiros firmaram a permissão de manterem um relacionamento (ou mais) fora do casamento.
Isso significa dizer que a traição está se generalizando ou que relacionamento aberto virou padrão de comportamento?
Nenhuma das duas coisas, se você considerar na exata medida o que é traição.
E, ainda, que nem todos os casais aceitam um relacionamento aberto.
Portanto, seria precipitado dizer que o relacionamento aberto virou um padrão de relacionamento.
Existe traição no relacionamento aberto?
Trair é uma atitude que ocorre em sigilo, pelo menos até ser descoberta.
E, quando descoberta, pode, evidentemente, resultar em separação.
E essa separação, em muitos casos, resulta em casos de violência.
Estatísticas sobre relacionamentos são, normalmente, muito imprecisas e duvidosas.
Exatamente porque tanto homens como mulheres, normalmente, não têm interesse em revelar detalhes de sua convivência amorosa.
Além disso, prevalece, ainda, alguma imprecisão quanto a conceitos que os parceiros estabelecem por si próprios.
Ciúme e exigência de fidelidade
Relacionamento aberto depende de acordo para evitar conflitos.
Há quem sugira que não aceita controle no relacionamento.
Mas, ao mesmo tempo, não torna claras suas intenções. Ou mesmo mente sobre elas.
Com isso, envolve-se em relacionamentos em que a premissa para essa necessidade de liberdade não é revelada. E muito menos discutida ou negociada.
Exemplo de conflitos inconciliáveis
Vamos citar o caso hipotético de um casal em que ambos os parceiros passam a viver juntos sem nenhuma regra quanto à liberdade de ação.
Depois de algum tempo, um dos parceiros trai e isso resulta em rompimento da relação.
Passam-se alguns anos e há um novo encontro e a decisão de se unirem em novo relacionamento.
Quem traiu na primeira relação declara que as coisas agora serão diferentes.
Deixa explícita, portanto, a suposta premissa de que haverá fidelidade.
Mas acaba cometendo traição, mais uma vez, o que ocasiona nova reviravolta nessa união.
Traição não tem disfarce e relacionamento aberto exige acordo
Nesses casos, muitos interpretam, equivocadamente, a separação como sentimento de ciúmes de quem foi traído.
Essa interpretação não resiste à realidade de inexistência de um acordo prévio de relacionamento aberto.
Não se trata, portanto, de mero ciúme, mas de exigência de respeito a um relacionamento em que não houve concessão de liberdade para relacionamentos paralelos ao casamento.
Sendo assim, nesses casos o que houve de fato foi uma quebra de confiança, que resultou no fim de um relacionamento.
E isso após uma segunda oportunidade, que, igualmente, foi quebrada por um dos parceiros.
As premissas têm que ser muito claras
Para que se estabeleça harmonia num relacionamento amoroso, é imperioso que haja clareza de intenções de parte a parte.
Ninguém é obrigado a se casar, salvo nos casos de países em que as uniões matrimonias estão, muitas vezes, condicionadas a costumes alheios à realidade brasileira.
Costumamos alertar, em nossos e-books que compõem a trilogia Tudo Sobre Casamento (link logo abaixo) que as pessoas, de um modo geral, se preparam para as várias circunstâncias da vida.
Preparam-se para concursos públicos, para vestibulares visando melhores condições de vida.
Mas não se preparam para o casamento, deixando à deriva os possíveis rumos de um acontecimento que, queiramos ou não, tem muita importância.
Com isso, não somente os cônjuges acabam pagando um preço alto, como também os filhos que, eventualmente, vierem a ter nesse relacionamento.
Como os filhos reagem às separações
São inúmeros os filmes que ilustram o choque ou a decepção de filhos diante da separação dos pais.
Somente isso já seria um alerta importante para esse preparo antes de os casais assumirem qualquer compromisso de união.
É fácil declarar, como mera formalidade, que o casamento será até que a morte os separe.
Ao lado, ainda, de juras de fidelidade mútua, que – não raro – se transformam em obra de ficção.
Sendo assim, independentemente de haver (ou não) uma formalização civil ou enlace de cunho religioso nas relações, é certo que deve haver consciência mútua diante de um compromisso dessa seriedade.
Não se trata aqui de uma visão conservadora do tema casamento.
Mas sim da conscientização de que possíveis (ou prováveis) conflitos não atingem nem envolvem somente o casal.
Envolvem também crianças, sejam elas filhas do casal, ou parentes próximos que também se sentem sensibilizados ou tocados em decorrência de possíveis (ou prováveis) rompimentos do vínculo.
Liberdade para decidir
O canal e o site Recado Secreto não adotam como premissa dar qualquer tipo de conselho em relação a casamento.
Querer ou não querer se casar é opção pessoal.
Firmar união matrimonial nas bases conhecidas em cada país também é escolha ou decisão pessoal.
A única premissa que nos cabe é alertar quanto a possíveis desenlaces como resultado de relacionamentos que não foram suficientemente amadurecidos.
Isso é o que sempre dissemos para quem quer se casar, para quem não quer se separar, e para quem não sabe o que quer.
Em todos os casos, é imprescindível amadurecer as reflexões. E mais um pressuposto que dá origem ao presente artigo, no sentido de reconhecer que relacionamento aberto depende de acordo.
E se você, que lê este artigo, coloca a sua liberdade total acima de qualquer circunstância, considere ao menos duas hipóteses.
Ou não se case. Ou, se pretende se casar, estabeleça previamente, com honestidade, as premissas que devem fazer parte dessa decisão.
É o melhor que se pode dizer para evitar situações que podem resultar em conflitos que afetem não apenas o casal, mas também os filhos.
E, eventualmente, todas as pessoas que fazem parte, direta ou indiretamente, da sua vida.
Como consequência, se deseja um relacionamento aberto, não se esqueça de dizer isso à pessoa com quem vai se casar.
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