Cada um tem seu sexo. Cuide do seu
Os meios de comunicação trazem com frequência reportagens cujo objetivo seria o de esclarecer boatos sobre a sexualidade de algum artista ou celebridade.
Em muitas dessas matérias jornalísticas, o entrevistador ou a entrevistadora indaga ao entrevistado se ele (ou ela) é gay, se já ficou com fulano ou com fulana e coisas do gênero (sem trocadilho).
Cabe a pergunta: por qual motivo as pessoas se preocupam tanto com a sexualidade alheia?
E cabe também a observação: muitas vezes se preocupam com a sexualidade alheia e se esquecem de sua própria sexualidade.
Preocupação inútil
Há muitas publicações inúteis e irrelevantes por aí. O caso típico é essa preocupação impressionantemente excessiva com a sexualidade alheia.
Em primeiro lugar, de nada adianta perguntar se alguém teve caso com alguém outro, ou outra, pois, se essa pessoa escondeu, é sinal de que pode não responder a verdade. Ou pode desconversar.
Até porque vida íntima e preferências sexuais são temas que devem interessar apenas à própria pessoa, e se cada um e cada uma cuidasse do que é seu, a vida seria mais amena e menos cheia de conflitos.
Mas o pior é que pessoas que se preocupam em demasia com a sexualidade alheia não cuidam da sua. Aliás, arriscaríamos dizer que preocupar-se em excesso com a sexualidade dos outros é um indício muito seguro de que essa pessoa não está cuidando da própria sexualidade.
Cuide-se. Isto é o que importa
Fatos que comprovam isso não faltam. Por exemplo: pesquisas têm demonstrado que um grande número de pessoas faz sexo até com pessoas desconhecidas sem nenhuma preocupação em proteger-se, o que vem aumentando a incidência de DST (doenças sexualmente transmissíveis), inclusive a AIDS.
É também crescente o número de adolescentes que engravidam, sem estarem minimamente preparadas para a grande missão de ser mãe. E ser mãe/pai, acreditem, é algo mais sério do que muita gente imagina.
Imagina, mas não pensa. É isso o que ocorre hoje: as pessoas imaginam que fulano ou fulana é isso ou aquilo, mas não cuidam de si mesmas, não se informam, não se instruem, não se esclarecem.
Será que a curiosidade é porque…
Estudos sérios também comprovam, segundo já se divulgou nessa página, que a homofobia pode ser indício (e quase sempre é) de conflitos que o próprio homofóbico tem em relação à sua sexualidade. É o chamado gay enrustido, porque, se ele está tão preocupado assim com a sexualidade do outro, é sinal de que deve estar preocupadíssimo com a sua própria sexualidade.
Nem é preciso dizer que incidentes sérios, como o espancamento e até o assassinato de homossexuais, resultam dessa vigilância doentia da sexualidade alheia.
Isso leva a outro efeito conflituoso que é o exibicionismo em público de casais homossexuais, que às vezes até exageram em seu comportamento como reação revoltada a essa vigilância e a essas manifestações selvagens de homofobia.
Disso decorrem, muitas vezes, mais reações homofóbicas, intensificando conflitos que não existiriam, repetimos, se todos cuidassem de sua própria sexualidade.
Com isso, provoca-se uma verdadeira guerra inútil, pois a consequência é o oposto do que deveria ser, com o acirramento cada vez maior dos ânimos.
Tem assunto de sobra
É inevitável reconhecer que, se a pessoa está em harmonia com sua própria sexualidade, certamente não terá essa preocupação doentia com a de outra pessoa.
Consequentemente, é inevitável também concluir que os homofóbicos deveriam preocupar-se com a sua própria sexualidade e buscar um tratamento, pois nenhuma forma de violência na sociedade traz soluções; apenas agrava conflitos.
Essa é a razão pela qual o Brasil vive hoje uma realidade aflitiva e cada vez mais assustadora.
Obra de arte
O corpo de uma mulher é uma das obras de arte da mãe natureza. A relação heterossexual é prazerosa para o homem que reconhece essa plenitude na beleza e na harmonia e suavidade das formas femininas.
Mas há homens que, embora dotados de órgão sexual masculino, não pensam e não sentem da mesma forma.
Não podemos impor nossas vontades, desejos e até pensamentos a quem não reage da forma como reagimos.
Cuide da sua sexualidade. Deixe que os homossexuais cuidem da deles. E as homossexuais também, já que não sentem pelo corpo masculino a mesma atração que as heterossexuais sentem.
É uma questão que pertence a cada um.
Sexo deve sempre ser sinônimo de paz, prazer, harmonia e amor. Nunca de conflitos e muito menos de violência.